Arte e Poder
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Paisagens suburbanas de São Paulo: identidade e poder

Este projeto tem como objetivo investigar as pinturas e exposições de paisagens
paulistanas nas décadas de 1930 e 1940 de artistas locais de São Paulo, no contexto do
crescimento urbano decorrente do desenvolvimento industrial e da exportação de café.
Particular atenção será dada ao chamado “Grupo do Santa Helena”, formado por artistas
italianos e descendentes de imigrantes, muitos de origem italiana, que ficaram conhecidos
como “artistas proletários”. Esses artistas se destacaram principalmente pela prática da
paisagem, com obras que retratam cenas da vida no campo que buscariam nas periferias de
São Paulo, regiões em incipiente industrialização. Alguns deles têm muitos pontos de contato
com os movimentos italianos de arte moderna moderada, especialmente o florentino
Strapaese, que desempenhou um papel importante no Regime Fascista criando e promovendo
uma identidade italiana por meio de imagens de paisagens regionais. O capital industrial foi
fundamental no mecenato das artes operado em São Paulo, que recebeu milhões de imigrantes
italianos desde o final do século XIX, trazendo intelectuais e artistas. Paisagens retratando
São Paulo eram muito comuns em exposições de arte naqueles anos. Essa produção parece ter
sido incentivada para promover uma identidade regional, de forma semelhante (mas não tão
sistemática) às estratégias operadas pelo Regime Fascista e pelo sistema de artes na Itália. Os
artistas do Santa Helena, oriundos das classes trabalhadoras, foram promovidos por terem
estreita relação com o meio industrial e por fazerem parte desse meio, como representantes de
uma cultura artística genuinamente paulista, quando São Paulo se tornaria a maior e mais
populosa cidade no Brasil.

Pesquisador

Resumo