O trabalho irá analisar quatro fotografias presentes na Coleção Thereza Christina, portanto anteriormente pertencentes ao acervo pessoal de D. Pedro II, que representam musicistas egípcios. Essas imagens estão presentes em um álbum produzido pelo fotógrafo italiano Luigi Fiorillo que, majoritariamente, contém vistas panorâmicas do Egito. Entretanto, nas primeiras páginas do volume são apresentadas fotografias intituladas “types arabes”, das quais destacamos nosso recorte. A fotografia de “tipos” é um gênero que se consolidou no auge das teorias deterministas e raciais do século XIX, amparando um modo de ver que salientava as diferenças, limites e hierarquias entre sociedades e culturas. Pretendemos demonstrar como esse material iconográfico se alia à construção da visualidade Orientalista, corrente durante todo o século XIX tanto pintura quanto pela fotografia, as quais contaram com os temas da música e da dança como partes incontornáveis. Iremos propor, finalmente, uma aproximação teórica entre o Orientalismo e a Egiptomania, buscando uma abordagem decolonial ou, pelo menos, não eurocêntrica para o trato de materiais como estes.